sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

CARAS E BOCAS

Não quero os meus dizeres envolvidos
Em bocas que não cabem os meus lábios
Nem sempre tem a voz requintes sábios
Por isso eu uso mais os meus ouvidos.

Quem fala o que quer... Está fadado
A ouvir o que não quer o coração.
Porque o verbo entorta a direção
Se a voz emite um som não planejado.

Por causa de uma frase impensada
Perde-se a mãe e perde-se a ninhada
Perde-se trem e perde-se o amigo.

Porque, na estação do imponderável
O preço da passagem é impagável
Se a voz não impõe limites ao que digo.


Amaro Vaz  - Carangola, 17 de setembro de 2007

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